Tendo a nudez como aspecto mais natural da matéria do ser humano, gosto de despir me por completo, mesmo que aos poucos. Mas para não sair por aí com coisas balançando ao vento, isso não seria lá muito agradável para a maioria das pessoas.
Pois bem, para não desfilar entre ruas urbanas em pele nua, gosto de usar a nudez que as palavras trazem num movimento tão continuo quanto a penetração de letras em palavras e frases em parágrafos intermináveis. Entre idas e voltas, passado e futuro, um sussurro ao ouvido, um gemido. Letra a letra, palavra a palavra, sua língua em frases tão extensas, que a ausência de vírgulas nos levam a uma falta de ar, os corpos rijos em pura poesia, e nosso substantivo primitivo, finalmente é seguido de pontos de exclamações!!! No plural!!!!!!!!
Outro gemido; interjeições de estímulo que antecedem as de alegria em um sonoro ahhhhhh... Mas isso ainda não acabou...
Quantos outros parágrafos será que ainda podemos aguentar, em tamanha euforia? Do suor, gotas e vírgulas me escorrem ao longo de um segundo parágrafo já sem fôlego. Mas o pretérito perfeito, é imperfeito na natureza humana, e, sinto sua língua passar novamente em meu substantivo no grau aumentativo, logo sinto novamente meu corpo tremer procurando uma flexão de dois elementos ou até mais seguindo o movimento contido naquele exercício sobre o plural dos substantivos compostos em aspecto continuo! Gritos e gemidos em gradação ascendente Ahhhhhh!!!
Ike Ferreira